Foi no Natal de 1954. Oito homens participaram no maior assalto alguma vez realizado nas minas da Borralha, em Montalegre. Na véspera de consoada, roubaram duas toneladas de volfrâmio. No dia de Natal, foram detidos pelas autoridades. O caso marcou o início do fim do império português do ouro negro. Memória de uma tragédia que o tempo ajudou a esquecer
Adelino foi chefe da Fundição da Borralha.
Lizete Gonçalves, a irmã de Evaristo Gonçalves, que participou no assalto.
Celeste Gonçalves, viuva de Anibal Frutuoso, um dos homens que participou no assalto.
Alberto Frutuoso, no seu antigo local de trabalho.
Christian Sevegrand, no seu antigo local de trabalho.
João Vieira, um dos mentores do assalto. É o único vivo, cumpriu 12 anos de prisão e tem 90 anos de idade
Alívio Trindade, ex funcionário da Fundição.
Mario Mendes, ex funcionário da Fundição das Minas da Borralha.
Está uma pedra negra na mão de um velho, e o velho acaricia-a com o polegar. Os freios daquele pedaço de volfrâmio – um calhau que não chega para encher a mão de um homem mas pesa 400 gramas certos – parecem fundir-se com as rugas dos dedos de João Vieira, 90 anos. «Aqui está a minha alegria e aqui está a minha tragédia», deixa escorregar dos lábios.
Passaram mais de seis décadas desde a noite fatídica. João e o irmão planearam o golpe perfeito, um roubo de duas toneladas de volfrâmio da fundição da Borralha, para vender a um contrabandista do Porto que depois faria chegar o minério aos Estados Unidos. «Esse Natal de 1954 ia mudar as nossas vidas, queríamos pegar nas famílias e começar de novo no Brasil.» Mas as coisas não correram como planeado.
Há umas semanas que os irmãos Vieira – Zé e João da Laija, assim os conhecia o resto do mundo – andavam a matutar naquilo: entrar na fundição na calada da noite e roubar umas valentes sacas de volframite, o mineral em pó com que se cozinhava o ferro tungsténio, uma liga metálica de grande resistência usada sobretudo para o fabrico de material de guerra. Os rapazes tinham anos de fárria, nome que os transmontanos dão ao contrabando do ouro negro da serra. «Mas uma coisa era vender os calhaus em bruto, antes do tratamento. Outra era o minério já tratado.» Uma ousadia nunca vista na Borralha. Cada quilo valia mil escudos, o dobro do material em bruto. A ideia era levar quarenta sacas, cada uma com 50 quilos. Dois mil contos, que hoje significariam quase um milhão de euros. Era o passaporte dali para fora.
Era esforço demasiado para dois homens apenas, precisavam de cúmplices. A Guerra da Coreia terminara um ano antes e a Borralha já não conseguia escoar minério como nas décadas anteriores. Na Segunda Guerra Mundial, a mina transmontana alimentara a fúria bélica dos Aliados e dos nazis – aos primeiros vendia-se-lhes minério por via oficial, aos segundos pela porta do cavalo. Mas agora havia menos compradores e muitos homens viam-se condenados a voltar ao campo, guardar vacas e porcos. «Sentíamos que era uma espécie de última oportunidade», conta agora o único sobrevivente do golpe. Prometeram pagar mil escudos a quem os ajudasse, recompensa larga por uma noite sem sono. Ficaram seis homens de sobreaviso, quando a oportunidade se desse haveriam de ser chamados.
Luciano Coutinho e Cândido Magalhães eram serralheiros da empresa. Andavam a fazer grades para colocar nas janelas da fundição, as que lá estavam já não eram seguras e havia necessidade de substituí-las. «Olha que pelo Natal é que se vão tirar as velhas e botar as novas», avisaram ao Zé da Laija: «Duas ou três noites fica a fundição sem janelas.» Tinha de ser nessa altura. Mas havia outro problema, os guardas. A Borralha empregava vinte, entre GNR e seguranças privados. «Havia alguns que nós conseguíamos comprar, mas não todos. Tínhamos de esperar por uma noite em que a fundição estivesse sem janelas e os turnos batessem certo com aqueles que aceitassem suborno.» A esses, por cada quilo de volframite levado, pagariam 80 escudos.
NESSA ALTURA, A MINA EMPREGAVA DUAS MIL ALMAS e levantava-se na serra da Cabreira como uma cidade improvável no meio dos montes. O próprio couto mineiro ocupava 18 quilómetros quadrados – o segundo maior do país a explorar volfrâmio, logo depois da Panasqueira, na Covilhã. Os franceses que tinham aberto a Borralha em 1902 apostavam forte na região. Construíram escolas primárias, bairros para os trabalhadores, uma cantina, uma pensão, uma igreja. Ao longo dos anos introduziram alguma da mais avançada tecnologia naquelas terras. Gruas e guinchos, compressores, secções de britagem e lavarias, para transformar o volfrâmio em volframite.
As duas guerras mundiais marcaram o apogeu da Borralha. «De repente, numa terra pobre, havia uma riqueza extrema», diz Mário Mendes, 74 anos, que nasceu, cresceu e toda a vida trabalhou ali e hoje é presidente da Associação de Amigos da Borralha. «Veio gente do país inteiro, mineiros, operários, contrabandistas, prostitutas.» Mas, em 1944, Salazar decidiu encerrar a produção. Um relatório da PIDE de janeiro desse ano, disponível hoje na Torre do Tombo, acusava um esquema montado em que os contrabandistas entregavam o volfrâmio da Borralha num couto vizinho, que depois o despachava para a Alemanha. Por causa do acordo com Inglaterra, o ditador português decidiu fechar as minas até ao final da guerra – na verdade, a medida durou até ao início de 1946 – e isso mudaria para sempre a exploração do minério. «Milhares de homens viram-se sem trabalho e os únicos que conseguiam fazer dinheiro eram os farristas.»
Zé e João da Laija cresceram assim, a entrar nos poços à noite para tirar o volfrâmio das minas. «Era perigoso, por causa da PIDE e por causa das explosões de gás», conta o sobrevivente. «O nosso irmão mais velho morreu nos túneis, apanhou veneno quando enfaixou a picareta num filão com uma bolsa de ar. Mas era a nossa vida, não conhecíamos outra.» Em 1948, a direção da empresa decidiu construir uma fundição, para fabricar ferro tungsténio. A demanda tinha voltado na Guerra da Coreia (1950-53). Os anos seguintes arrefeceriam a guerra. Ao apresentar o produto final, e não apenas a matéria-prima, a Borralha tinha uma hipótese de sobrevivência.
Na manhã de 23 de dezembro de 1954 o telefone tocou na casa de João. Era um dos guardas com quem os irmãos Laija tinham acertado o golpe. «É hoje.» E então procederam à convocatória. Os dois serralheiros já estavam escalonados, às dez da noite encontrar-se-iam na tasca. Chamaram Aníbal Frutuoso, um primo que vivia como eles na aldeia de Caniçó, era homem de confiança. E convocaram um empregado da casa, que costumava andar nos lameiros a pastar as vacas aos da Laija, o Evaristo Gonçalves. Tinha 19 anos e ainda era mancebo – com a recruta feita mas a especialidade militar por cumprir. O seu trabalho nessa noite era ficar a vigiar a estrada. Mil escudos, uma fortuna.
À hora combinada lá se juntaram na taberna, um quilómetro abaixo da fundição. Dava jeito mais dois braços para acartar. «Não conheces ninguém, Cândido», perguntou o Zé da Laija a um dos serralheiros. Então ele desafiou Alívio Trindade, amigo que também trabalhava na fundição. Tinha 25 anos e uma filha recém-nascida, o dinheiro haveria de dar jeito para a consoada. «Mas eu não quis ir», conta hoje Alívio. «Sempre me convenci de que não haveria de ganhar dinheiro na fárria e não era por mil escudos que ia perder a honra.» Rogou ao amigo que não fosse, podia um guarda traí-los. «O Cândido fez-me orelhas moucas e lá se meteu na carrinha.»
NENHUM DOS HOMENS SABIA LER, MUITO MENOS CONDUZIR. Mas o tio João Pedreiro (na verdade João da Silva) alugou por mais mil paus a Ford de caixa aberta com que costumava ir buscar mercearias a Cabeceiras de Basto. «O problema é que o homem não tinha carta e não se quis arriscar a conduzir num assalto», conta João. Então chamaram Henrique Barroso, taxista na vizinha vila de Salto. Valdemar, o filho, ainda se lembra de o pai, há muito falecido, lhe ter contado os pormenores da noite. «Já ele estava deitado e foram bater-lhe à porta, que era preciso um motorista para ir carregar sacos à fundição. Ele não queria mas acenaram-lhe com um conto de réis. Então ele disse que ia, desde que não carregasse o contrabando. Era conduzir e mais nada.»
Das janelas da fundição até à estrada ainda era preciso galgar uma centena de metros. Às onze da noite, estacionaram a Ford e ocuparam as posições. Estavam dois guardas, um abriu a porta ao Zé da Laija. Foi direto ao depósito onde estavam quarenta sacas de volframite e ergueu uma a uma até à janela. Cândido, Luciano, João e Aníbal recebiam-nas e faziam carreiro até à carrinha. Henrique ainda ajudou a acondicionar o material, não mais do que isso, e Evaristo ficou na interseção da estrada, a ver se não vinha lá gente. «Ao cabo de hora e meia o trabalho estava feito e metemo-nos ao caminho», conta João.
O negócio já tinha sido selado com um empresário do Porto, que tinha um armazém nos Carvalhos onde o material ficaria guardado até ser metido à socapa num contentor. Do porto de Leixões seguiria para os Estados Unidos. Os homens esconderiam o material junto à fronteira com Espanha e outro camião haveria de apanhá‑lo daí a dois dias. «O problema é que a carrinha avariou ainda não íamos a meio do caminho», diz o sobrevivente. Mal chegaram à estrada nacional, o motor engasgou‑se e o carro parou. Eram duas da madrugada de 24 de dezembro e não se via vivalma. O resto da história conta‑a Artur Barroso, que morava na aldeia de São Fins, junto à Estrada Nacional 103. «Ia a noite avançada quando oiço chamarem‑me à porta.» O homem tinha uma venda, quando viu o Henrique taxista pensava que ele queria um copo de vinho. «Isto não são horas de servir nada», avisou. Depois viu que o motorista estava acompanhado. «Precisamos de guardar aqui umas sacas no teu terreno, pode ser? Daqui a uns dias hão de vir cá buscá‑las.» Artur encolheu os ombros. Era habitual os seus lameiros servirem de entreposto para carga, afinal estavam mesmo na margem do alcatrão. «Desde que não façam barulho, que eu vou voltar para a cama.» Os homens esconderam as quarenta sacas debaixo de uma meda de lenha. O imprevisto, por agora, estava resolvido.
Ainda o Sol não tinha nascido quando voltaram todos a casa, a manhã foi passada a recuperar o sono. À hora de almoço, Zé da Laija avisou o contacto no Porto – o camião afinal não teria de carregar na fronteira, antes em São Fins. Depois, ele e João encontraram-se com o dono da Ford na taberna, para avisar que a carrinha se tinha avariado. «Rica prenda de Natal», lamentou-se João da Silva, e – ouviu Alívio como ouviu toda a gente – começou a contar em voz alta na tasca que os da Laija lhe tinham dado a volta, os mil escudos de aluguer de transporte para a fárria afinal não serviam para a despesa. E foi aqui que tudo virou.
NESSA NOITE TODA A GENTE PASSOU A CONSOADA EM CASA a fazer contas ao futuro. Os da Laija conspiravam levar as famílias para o Brasil assim que a filha mais nova de João, recém-nascida, tivesse condições para viajar. Os outros reforçaram o fumeiro nessa noite, conta o único que está vivo. «Foi um Natal em que se comeu bem e bebeu melhor, porque todos sabíamos que vinha lá dinheiro certo.» O que não sabiam era que o dono da carrinha tinha dado com a língua nos dentes e a informação fora parar aos ouvidos de Frank Renauld, administrador das minas. Enquanto jantavam, já a PIDE tinha sido avisada do que acontecera. Até uma lista com o nome de todos os homens e as moradas tinha sido enviada às autoridades. «O problema é que para o meu sogro aquilo era uma afronta», conta Christian Sevegrand, que assumiu o destino das minas em 1966 mas ouviu repetidamente o antecessor falar do caso. São os primeiros dias de dezembro e o homem veio participar na procissão de Santa Bárbara, padroeira dos mineiros. «Uma coisa era roubar a mina, outra era entrar na fundição, o que só podia acontecer com o apoio dos guardas. E isso era intolerável.»
Às primeiras da manhã do dia de Natal, um carro com dois agentes da PIDE aproximou‑se de Manuel Faria, que na altura tinha 10 anos. O rapaz morava em Caniçó, aldeia mesmo em frente às minas. Era lá que viviam muitos dos que tinham participado no golpe. «Tinha saído para pastar as ovelhas e eles perguntaram-me onde viviam o Zé e o João da Laija, mais o Cândido. Vi-os prender os dois primeiros, mas o outro teve tempo de fugir para o monte.» Ainda lhe atiraram uns tiros aos calcanhares, mas assobiaram-lhes as botas. «Entregou-se ao fim de dois meses, cansado de estar nos montes.» Foi a exceção. Os restantes foram presos nesse 25 de dezembro de 1954.
Primeiro foram levados para a prisão de Montalegre, onde permaneceram durante meses. Os serviços judiciais não conseguem encontrar hoje o processo, muito provavelmente desapareceu no incêndio que queimou mais de metade dos arquivos do tribunal em 1966. Mas Bento da Cruz, escritor barrosão, registou o que se passou no julgamento no seu livro A Fárria. «O Renaud propôs-lhes acordo a troco da informação dos guardas colaboradores, mas os homens recusaram. E, aconselhados por um advogado de Lisboa, declararam-se inocentes.» Quando o juiz disse que eles eram uns ladrões, Zé da Laija crispou-se. «O meu irmão fez frente ao juiz», conta João. «Disse-lhe que o volfrâmio não pertencia aos franceses nem ao Salazar, pertencia ao povo e, se o povo era roubado, tinha direito a roubar.» Foi um escândalo.
A punição, diz o livro de Bento da Cruz, foi exemplar. «Homicídios confessos em Montalegre eram quatro a cinco anos. Eles apanharam pela medida grande, 12 anos cada um.» Henrique e João, motorista e dono da camioneta, ficaram-se pelos 18 meses – eram cúmplices. Os outros foram levados para o Porto, Paços de Ferreira ou Alcoentre. E cumpriram todos, pelo menos, dez anos de sentença.
LIZETE GONÇALVES RECORDA ESSE NATAL COMO O MAIS TRISTE de sempre. Quando a PIDE chegou a Corva, outra aldeia perto das minas, o irmão, Evaristo Gonçalves, dormia descansado. Entraram porta adentro sem pedir licença, já não almoçou o cabrito que a mãe tinha matado para a féria. «Ele só tinha 19 anos, era o menino dos olhos dos meus pais, e eles nunca voltaram a ser os mesmos com o desgosto», conta agora a mulher, enquanto lava a roupa num tanque. Evaristo tinha acabado a recruta, ia para a tropa feliz, de bolsos cheios. «Não sei se é verdade ou não, mas ele sempre me disse que, como era empregado dos da Laija, não podia dizer que não.»
A fúria do regime não se compadeceu. Passou dez anos na choldra, quase todos em Alcoentre, longe de casa e por isso sem receber uma visita que fosse. João da Laija foi parar ao mesmo posto. «Não nos tratavam mal, e todos os guardas prisionais ficavam muito admirados de termos uma sentença tão grande.» Não tinham, afinal, antecedentes. E o assalto nem sequer fora à mão armada. «Sempre disse e sempre direi: fomos vítimas de uma prisão política e de pensarmos pela própria cabeça. Não devíamos ter feito o que fizemos, mas não havia direito de estragar a vida a seis rapazes por causa de um golpe mal amanhado.»
No alto de Caniçó, Celeste Gonçalves chama as suas nove ovelhas, todas pelo mesmo nome. «Anda, Carolina, anda cá», e larga o rebanho numa corrida desenfreada, como se fossem cães de pasto a cheirar lobo. Aníbal Frutuoso, primo dos da Laija, era o seu marido. Conheceram-se na prisão, foi lá que se apaixonaram. «Eu era empregada doméstica na casa de um guarda prisional. Um dia, quando estava a cuidar das rosas do jardim, ele passou com os outros presos e disse-me que a rosa mais bonita era eu.» Nessa altura, alguns dos prisioneiros trabalhavam em serralharias e carpintarias, o homem seguia o caminho entre a cela e o trabalho. Uns meses mais tarde pediu ao patrão ajuda para o jardim, era trabalho a mais para dois braços só. E ele mandou-lhe Aníbal. «Pensei que estava o caldo entornado e ele não parava de me pedir um beijo.» Ela evitava o toque, mas houve um dia que não resistiu. «Tínhamos ido às pinhas ao monte e ele agarrou-me. Eu não podia fugir. Nem queria.» Nove meses depois nasceu Firmino, ainda Aníbal tinha dois anos para cumprir. «Nunca disse quem era o pai, para ele não ser castigado.»
A DÉCADA PERDIDA DOS SEIS RAPAZES QUE ESTIVERAM PRESOS marcá-los-ia para sempre. Quando saíram, todos voltaram à terra. O povo olhava-os com mais respeito do que medo, conta Manuel Faria – o que disse aos agentes da PIDE onde moravam os da Laija, na fatídica manhã de Natal. «Havia admiração, porque não vergaram, porque enfrentaram o juiz. Toda a gente ali fazia a fárria, era quase um acordo silencioso.» Afinal, as terras tinham sido expropriadas às gentes, sem que elas pudessem dizer nada. Levar uma parte do minério para o contrabando sempre fizera parte do jogo. «De facto», diz hoje Christian Sevegrand, «aquelas duas toneladas tinham um pequeno impacto na produção. Foi o maior roubo de sempre, mas não era relevante no todo. O que se passou foi um ajuste de contas do regime contra o desafio de um bando de rapazes.»
Em 1986, a mina da Borralha fechou portas definitivamente. Henrique continuou taxista, João da Pedreira seguiu nos fretes de camioneta. Os outros voltaram a casa mas largaram o ouro negro, agora a vida era a pastorícia e a horta, a mesma pobreza a que estavam condenados antes da fárria. João da Laija ainda sonha com o que a vida podia ter sido se tivesse ido para o Brasil. Mas não tem remorsos. «Se voltasse atrás fazia a mesma coisa. Eu tinha direito a querer uma vida melhor e naquele tempo quem nascia pobre pobre morria. Posso ter perdido os melhores anos da juventude, mas ninguém nunca nos tirou a satisfação de dizermos a um juiz que o que nasce da terra não era dos barões nem dos ricalhaços. Era de toda a gente. Era do povo.»
Por Ricardo J. Rodrigues
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